Hamza El Din | pt

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Hamza El Din nasceu em 1929 na Núbia, uma região situada entre o sul do Egipto e o norte do Sudão, donde provêm as primeiras dinastias de faraós do Antigo Egipto.

Instalado há gerações sem conta nas margens do rio Nilo, o povo Toshka viu-se forçado a abandonar esta região para dar lugar à barragem de Assuão e ao maior lago artificial do mundo, o lago Nasser.
A submersão de uma rica região agrícola que acolhera um povo com mais de 9.000 anos de História, impeliu Hamza El Din à recolha do cancioneiro popular dos Toshka.

Para eles a música é parte integrante do seu quotidiano, tal como é a comida ou a bebida. Canta-se em todas as ocasiões: no nascimento, na morte, no casamento, na circuncisão, quando se semeia, quando se colhe, para chamar alguém que está longe.

Qualquer um que seja capaz de cantar e bater as mãos ritmadamente é músico. Não existem virtuosos ou mestres, todos são músicos e a música dos Núbios é a voz, o “tar” (instrumento de percussão) e as palmas. Hamza El Din introduziu-lhe o alaúde, instrumento árabe de cordas, depois de ter estudado no Conservatório do Cairo, mas fê-lo soar à Núbio após muitos anos de treino.

Mais tarde estudou música ocidental na Academia de Santa Cecília em Roma e no Japão aprendeu o que é a paciência e a precisão, bem como as imensas possibilidades que uma só nota contem.
A sua música é uma combinação original da estrutura árabe com os ritmos e melodias do Alto Nilo.

Em 1964 gravou o seu primeiro disco “Música da Núbia” e a partir daí sucederam-se as viagens pelo mundo: concertos, conferências, aulas, colaborações com outros grupos (Grateful Dead, Thelonious Monk, Kronos Quartet,...), com companhias de ballet (Maurice Béjart,...), com realizadores de cinema (Coppola,...), participações num sem número de festivais (Woodstock, Montreux, Salzburg,...), dez álbuns a solo, colaboração em mais nove, uma autobiografia (“Journey: as the Nile flows” ) e o reconhecimento mundial que faz de Hamza El Din o”embaixador” da Núbia.

O som que produz é tão rico que às vezes se torna difícil acreditar que é apenas um homem a cantar, ora acompanhado pelo alaúde, ora pelo tar.
Quando Hamza El Din sobe ao palco, o tempo pára e disfruta-se de um momento sagrado.
Fonte: http://www.attambur.com .

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